quarta-feira, março 09, 2011

Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico mudo
quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando
melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro
antes, durante e depois de te encontrar.
Sumi porque não há futuro e isso não é o mais difícil de
lidar, pior é não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar.
Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é
covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque
sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência,
pareço desinteressado, mas sumi para estar para sempre do seu
lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e sua
desajeitada e irrefletida permanência.

segunda-feira, dezembro 20, 2010

PEDAÇOS DE MIM

Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.
Martha Medeiros

segunda-feira, dezembro 13, 2010

GOSTO DOS VENENOS MAIS LENTOS...

Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes… tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
- E daí? Eu adoro voar!
Não me dêem fórmulas certas, por que eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, por que vou seguir meu coração. Não me façam ser quem não sou. Não me convidem a ser igual, por que sinceramente sou diferente. Não sei amar pela metade. Não sei viver de mentira. Não sei voar de pés no chão. Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra sempre
Clarice Lispector
 
 

domingo, agosto 29, 2010

Sen.Ti.Men.Tos


Têm dias que a gente se sente assim... assim... Coloca uma música para ouvir... E ao longe Janis Joplin faz o show, em lágrimas de cair... E pensar que, talvez não tenha nada a ver... A música fala de liberdade e de Bobby Macgee... Ou tenha...
 
É... Fala de amor, mas sem o sentimento de espera... De procura... Canta um encontro, o sentir-se bem na doação gratuita do ser... Canta uma perda e o desejo da recuperação de dias felizes em sentir-se assim... assim...

Quando a liberdade impera... Não se perde nada. O que fica são lembranças de tempos e de blues, de abraços, calor de corpos. E de escolhas. E... A música toca lembrando um passado. Onde a cantora “trocaria todos os seus amanhãs por um simples ontem”. Cantar junto ajuda a alma a sentir-se liberta...

Pensamentos distantes... O sol em algum lugar aquece a outra metade que não se achou, não se concluiu. E a chuva acalenta um sonho eterno... Entre dias e dias, estações e estações... Tempo e eternidade. Ainda existe?... Quem sabe... Só onde, resiste ainda assim, a liberdade.

Atenção